Contos e estórias passados de geração para geração marcaram o imaginário popular, assim é o folclore do Piauí. Embora o estado seja conhecido por seus belíssimos parques nacionais, há muitas outras curiosidades que só quem garante uma viagem por lá consegue entender.
De povo hospitaleiro e muitas manifestações simbólicas, o destino tem no seu DNA uma tradição cultural fortíssima diretamente ligada ao folclore. Visto que as simpatias, os causos, cordéis, costumes, folguedos e muitas danças representam a história do povo piauiense. Além disso, também fazem parte do patrimônio cultural do Brasil.
Além de falarmos sobre o turismo, nós, da equipe Nordestrip, sentimos a necessidade de trazer um pouco da essência do nosso povo! Sendo assim, preparamos esse artigo para que você conheça mais da nossa terra. Continue a leitura!
Quais são as lendas e mistérios no folclore do Piauí?
De norte a sul, o fazer cultural característico do Piauí, bem como de seu povo, é apresentado de diversas formas. Apesar disso, a construção de sua identidade se formou ao longo dos anos com base nas lendas e mistérios. Separamos 3 delas que as pessoas precisam conhecer. Confira!
1. Cabeça de Cuia
Primeiramente, vamos falar de uma das mais famosas – ousamos dizer que é a mais difundida – na cultura popular. Ela conta a história de Crispim, um jovem pescador que vivia com sua mãe, em Teresina. Um dia, Crispim, que era pescador, não conseguiu fisgar nem um peixe sequer para o jantar. Desse modo, quando chegou em casa, uma sopa rala com osso de boi, feita pela sua mãe, estava à sua espera.
Foi então que, de imediato, o jovem detestou. Revoltado com a situação, Crispim matou a própria mãe mas, antes da matriarca morrer, ela amaldiçoou o filho. A maldição era de que ele teria que viver para sempre com a sua cabeça em formato de cuia, e que só se livraria dela depois de se alimentar de sete marias virgens no rio Poti.
Após a sentença, o menino correu pelo rio Parnaíba, no qual se afogou. Mas segundo a lenda, seu corpo nunca foi localizado. Até hoje, moradores da região acreditam que o Cabeça de Cuia é capaz de matar banhistas e virar embarcações pelo rio.
2. Bumba meu boi
Foi a partir desta lenda que surgiu uma das maiores festas brasileiras, que tem como pano de fundo, o Bumba Meu Boi. As primeiras indicações desse conto surgiram no Nordeste, no século XVIII, aproximadamente.
Dizem que um rico fazendeiro possuía um boi muito bonito, e que até sabia dançar! Pai Chico, um trabalhador da fazenda, furta o boi a fim de satisfazer o desejo de sua mulher, Catarina, que estava grávida e morrendo de vontade de comer a língua do animal. O Pai Chico estava prestes a matá-lo, mas acabou preso a mando do rico fazendeiro.
Em seguida, o animal foi resgatado por pajés, que logo descobriram a real intenção de Pai Chico. O fazendeiro soube da história, mas acabou o perdoando. E, assim, a saúde do boi foi celebrada com grande festividade!
3. Escrava luminosa
A história se passa na cidade de Barras, durante o período da escravidão. De acordo com a lenda, havia um fazendeiro para lá de malvado, detentor de um grande número de escravos, tanto homens quanto mulheres. Entre elas, uma moça que, ao descobrir um segredo da mulher do homem, contou para ele.
Após a tal revelação, o relacionamento do sujeito com sua esposa foi de mal a pior. Então, a esposa – revoltada – ordenou que os outros escravos cortassem um pedaço da língua da “informante” e a jogassem numa ilha, o que resultou na morte da mulher.
Em conclusão, conforme a lenda, um vulto feminino com uma forte luminosidade na boca pode ser visto durante a noite na região. Escravizados chegaram a alertar o fazendeiro, no entanto, o casal ignorou por acreditar que “escravos não possuíam alma”.Moradores de Barras relatam que, por conta da lenda, quando alguém maltrata uma pessoa negra, a Escrava Luminosa surge para punir.
Como são as danças típicas no folclore do Piauí?
Depois das lendas que apresentamos, você deve ter percebido que cada obra provoca incontáveis reflexões sobre questões sociais e ambientais, não é? Além disso, é o que torna o Piauí um dos destinos mais diferenciados do nosso país!
Mas, além delas, os costumes no folclore do Piauí se estendem às manifestações culturais, em que a originalidade do seu povo é expressada por meio das danças típicas. Veja algumas que selecionamos para você.
Marujada
Ela representa a história de um navio perdido que, por milagre ou sorte, é encontrado graças à intervenção de Nossa Senhora. Por isso, os dançarinos utilizam roupas que remetem aos trajes dos marinheiros.
Da mesma forma, o ritmo também é conhecido como o bom e velho fandango, e nas encenações, dois cordões de dançarinos puxam a réplica de um pequeno barco a vela. Todos seguem o balanço do mar e da quebra das ondas, batendo latas enquanto dançam.
Reisado
Já o reisado é festejado no Natal até o Dia de Reis. Essa dança do folclore do Piauí reúne pessoas mascaradas que cantam aos quatro cantos diversas músicas regionais de chegada e despedida.
Durante os festejos aparecem diferentes personagens, como a Caipora, Jaraguá, Burrinha e Cigana, que entram no embalo ao som do violão, sanfona e outros instrumentos que trazem muita emoção para quem aprecia.
Cavalo Piancó
O Cavalo Piancó nasceu pelas mãos dos negros de Amarante, às margens dos rios Parnaíba, Mulato e Canindé. Ele não só faz parte da cultura do estado, como também é muito preservado entre as gerações.
Na dança, os casais fazem um círculo e imitam o trote do cavalo. Os passos se alteram de acordo com a velocidade da música, e quem não consegue acompanhar, lança um improviso!
Quadrilha no folclore do Piauí
Elas são apreciadas em todo o Brasil, e a quadrilha carrega referências matutas e caipiras. No entanto, ela surgiu mesmo foi nos salões parisienses do século XVIII. Mas vamos combinar, ela é muito a cara do Brasil!
O conjunto de movimentos é guiado por quem narra a dança, normalmente representada em círculos por casais. Atualmente, ela ganhou alguns elementos carnavalizados e roupas mais extravagantes, apesar disso, continua com toda a autenticidade que só o folclore do Piauí tem.
Por fim, assim como as tradições, os fragmentos históricos, culturais e artísticos também fazem parte da construção de um povo. Aqui no Piauí, todos estes elementos são muito visíveis.
Portanto, mais do que conhecer um novo destino de férias, a nossa dica é: sinta tudo o que ele oferece e vá além do roteiro. Afinal, só assim é possível mergulhar numa experiência de viagem única e completamente diferente!
Deixamos com vontade de conhecer o nosso estado? Se sua resposta é afirmativa, nordestine-se com a gente. Fale conosco e confira tudo o que te espera por lá.